DINÂMICA DA COINFECÇÃO POR TUBERCULOSE E HIV NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL ENTRE 2015 A 2022 E IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS NOTIFICAÇÕES

Autores

  • Lorena Guerra Bombi
  • Maria Eduarda Pregentino dos Santos
  • Aline Rafaela da Silva Rodrigues Machado
  • Juliano Yasuo Oda
  • Alex Martins Machado

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i4.2023-018

Palavras-chave:

Coinfecção pelo HIV, Tuberculose, Doenças Notificáveis, Covid-19

Resumo

Introdução: A tuberculose é a infecção oportunista mais comum entre pacientes com HIV e uma das principais causas de morte. Objetivo: Analisar a epidemiologia e os índices de notificação de coinfecção por tuberculose (TB) e HIV, nas principais regiões de saúde (CIR) de notificação, no estado de Mato Grosso do Sul, comparando entre períodos pré e durante a pandemia de COVID-19. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo, qualitativo, relacionado aos casos notificados de coinfecção por HIV/TB, no período de 2015 a 2022, com coleta dos indicativos sociodemográficos e clínicos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados obtidos foram tabulados e analisados estatisticamente. Resultados: Foram notificados 870 casos de coinfecção HIV/TB sendo Campo Grande a região com mais notificações. Os casos de infecção TB/HIV foram predominantes em indivíduos de 20 a 39 anos (51,1%), do sexo masculino (74,8%), com ensino fundamental incompleto (12,4%) e predomínio da forma clínica pulmonar (61,8%). Foi observado um ligeiro aumento no número de notificações no primeiro ano da pandemia de COVID-19, com restabelecimento no ano seguinte. Entretanto, no ano de 2022, apesar do menor impacto da pandemia, observou-se acentuada queda nas notificações. Conclusão: O perfil epidemiológico dos pacientes com HIV/TB é similar ao encontrado em outras regiões do país. A pandemia de COVID-19, não apresentou efeito inicial nas notificações da coinfecção nos primeiros anos, entretanto, houve efeito significativo no ano de 2022 com drástica redução no número de notificações.

Referências

ADHIKARI, N. et al. Prevalence and associated risk factors for tuberculosis among people living with HIV in Nepal. Plos one., v. 17, n. 1, p. e0262720, 2022.

BALDAN, S. S., FERRAUDO, A. S., ANDRADE, M. Características clínico-epidemiológicas da coinfecção por tuberculose e HIV e sua relação com o Índice de Desenvolvimento Humano no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude., v. 8, n. 3, p. 59-67, 2017.

BARBERIS, I. et al. The history of tuberculosis: from the first historical records to the isolation of Koch 's bacillus. J Prev Med Hyg., v. 58, n. 1, p. 9-12, 2017.

BRUCHFELD, J., CORREIA-NEVES, M., KÄLLENIUS, G. Tuberculose e Co-infecção por HIV. Cold Spring Harb Perspect Med., v. 5, n. 7, p. a017871, 2015.

CACHILL, A., VALADEZ, R. Growing Older With HIV/AIDS: New Public Health Challenges. Am J Public Health., v. 103, n. 3, p. 7-15, 2013.

CHAKAYA, J. et al. Khan M, Ntoumi F, Aklillu E, Fatima R, Mwaba P, et al. Global Tuberculosis Report 2020 - Reflections on the Global TB burden, treatment and prevention efforts. Int J Infect Dis., v. 113, n. 1, p.7-12, 2021.

CHANDA-KAPATA, P. et al. The prevalence of HIV among adults with pulmonary TB at a population level in Zambia. BMC Infect Dis., v. 17, n. 236, 2017.

GARCÍA-BASTEIRO, A. L. et al. What is the true tuberculosis mortality burden? Differences in estimates by the World Health Organization and the Global Burden of Disease study. Int J Epidemiol., v. 47, p. 1549-1560, 2018.

GLATTER, K. A., FINKELMAN, P. History of the Plague: An Ancient Pandemic for the Age of COVID-19. The American Journal of Medicine., v. 134, n. 2, p. 176-181, 2021.

GRAEFF, S. V. B. et al. Aspectos epidemiológicos da infecção pelo HIV e da aids entre povos indígenas. Rev. Saúde Pública., v. 53, n. 71, 2019.

HINO, P. et al. Impacto da COVID-19 no controle e reorganização da atenção à tuberculose. Acta Paul Enferm., v. 34, p. eAPE002115, 2021b.

HINO, P. et al. Tuberculosis control from the perspective of health professionals working in street clinics. Rev. Latino-Am. Enfermagem., v. 26, p. e3095, 2018.

HINO, P. et al. Tuberculosis in the street population: a systematic review. Rev Esc Enferm USP., v. 55, p. e03688, 2021.

HORTON, K. C. et al. Sex Differences in Tuberculosis Burden and Notifications in Low- and Middle-Income Countries: A Systematic Review and Meta-analysis. Plos Medicine., v. 13, n. 9, p. e1002119, 2016.

LATINI, I. F., RODRIGUES, T. F. Estudo do perfil epidemiológico da tuberculose na população idosa no estado de São Paulo entre os anos de 2018 e 2020. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR., v. 26, n. 3, p. 725 - 735, 2022

LELISHO, M. E. et al. Survival rate and predictors of mortality among TB/HIV co-infected adult patients: retrospective cohort study. Scientific Rep. v. 12, p. 18360, 2022.

LETANG, E. et al. Tuberculosis-HIV Co-Infection: Progress and Challenges After Two Decades of Global Antiretroviral Treatment Roll-Out. Archivos de Bronconeumología., v. 56, n. 7, p. 446-454, 2020.

LIMA, D. J. M. et al. Completude e consistência dos dados de gestantes HIV positivas notificadas. Revista de Enfermagem da UERJ., v. 22, n. 3, p. 321-6, 2014.

LUPEPSA. B. Z. et al. Levantamento epidemiológico dos casos de Tuberculose no Brasil e ações alternativas para auxiliar no tratamento. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR., v. 26, n. 3, p.1287 - 1303, 2022.

MARQUES, C. C. et al. Casos de tuberculosis coinfectados por VIH en el estado del noreste brasileño. Enferm. Actual Costa Rica., v. 36, p. 62-76, 2022.

MATTHEWS, K. et al. HIV-1 infection alters CD4 + memory T-cell phenotype at the site of disease in extrapulmonary tuberculosis. Eur J Immunol., v. 42, n. 1, p. 147-57, 2012.

MIRANDA, L. O. et al. Aspectos epidemiológicos da coinfecção Tuberculose/HIV no Brasil: revisão integrativa. Rev Pre Infec e Saúde., v. 3, n. 3, p. 59-70, 2017.

MOLLEL, E. W. et al. Effect of tuberculosis infection on mortality of HIV-infected patients in Northern Tanzania. Trop Med Health., v. 48, n. 26, 2020.

NHAMOYEBONDE, S., LESLIE, A. Biological Differences Between the Sexes and Susceptibility to Tuberculosis. The Journal of Infectious Diseases., v. 209, n. 3, p. 100–106, 2014.

NUNES, D. A. S., SILVA, A. S., OLIVEIRA, M. L. F. Infecção pelo HIV/Aids em população indígena: estudo transversal. Research, Society and Development., v. 11, n. 3, p. e12711325985, 2022.

SALLAS, J. et al. Decréscimo nas notificações compulsórias registradas pela Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Brasil durante a pandemia da COVID-19: um estudo descritivo, 2017-2020. Epidemiol Serv Saúde., v. 31, n. 1, p. e2021303, 2022.

SANTOS, M. R. D. et al. Perfil clínico-epidemiológico das pessoas acometidas por hiv/aids, tuberculose e hanseníase no Paraná, Brasil, 2010-2019. Ciência, Cuidado e Saúde., v. 21, p. e61725, 2022.

SILVA, T. C. et al. Fatores associados ao retratamento da tuberculose nos municípios prioritários do Maranhão, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva., v. 22,, n. 12, p. 4095-4103, 2017.

SILVA, D. R. et al. Consenso sobre o diagnóstico da tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Jornal Brasileiro de Pneumologia., v. 47, n. 2, 2021.

SOEIRO, V. M. S., CALDAS, A. J. M., FERREIRA, T. F. Abandono do tratamento da tuberculose no Brasil, 2012-2018: tendência e distribuição espaço-temporal. Ciência e saúde coletiva., v. 27, n. 3, p. 825-836, 2022.

TIBERI, S. et al. The cursed duet today: Tuberculosis and HIV-coinfection. La Presse Médicale, v. 46, n. 2, p. 23-39, 2017.

Downloads

Publicado

09-05-2023

Como Citar

Bombi, L. G., dos Santos, M. E. P., Machado, A. R. da S. R., Oda, J. Y., & Machado, A. M. (2023). DINÂMICA DA COINFECÇÃO POR TUBERCULOSE E HIV NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL ENTRE 2015 A 2022 E IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS NOTIFICAÇÕES. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR, 27(4), 1875–1892. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i4.2023-018

Edição

Seção

Artigos