ESPOROTRICOSE PALPEBRAL EM FELINO: RELATO DE CASO

Autores

  • Veluma Marinho Loli Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO)
  • Marcia Bandeira Nalim Unigranrio

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqvet.v26i2cont-025

Palavras-chave:

Infecção fúngica; Leveduras; Micose; Zoonose.

Resumo

A esporotricose é uma enfermidade micótica de caráter zoonótico, causado pelo fungo dimórfico do gênero Sporothix, que afeta principalmente os felinos e provoca lesões nodulares e úlceras na pele. Objetivou-se relatar o caso de esporotricose palpebral em felino, macho, sem raça definida, castrado, seis anos de idade localizado no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brasil. O felino apresentava lesão em placa ulcerada em pálpebra superior e em canto medial do olho esquerdo, quemose superior em olho esquerdo com globo ocular preservado, lesão nodular cutânea com tamanho aproximadamente de 12 mm em canto medial do olho esquerdo e lesão nodular subcutânea em região ventral à orelha esquerda. Segundo o histórico, foi atendido anteriormente em uma clínica particular e realizado exame histopatológico dessas lesões palpebrais e nodular do olho esquerdo que confirmou a presença de estruturas leveduriformes compatíveis com Sporothrix schenkii com auxílio técnica da coloração do Ácido Periódico Schiff (PAS). Diante disso, durante o atendimento no Hospital Escola de Medicina Veterinária Prof. Allan Kardec, após avaliação clínica e análise do exame histopatológico foi definido o diagnóstico de esporotricose palpebral e o animal foi submetido ao tratamento durante quatro meses com uso de Itraconazol e iodeto de potássio. O animal foi reavaliado durante todo o tratamento e recebeu alta após a cicatrização completa das lesões palpebrais e realizado cultura fúngica com resultado negativo, demonstrando a eficácia terapêutica.

Biografia do Autor

Marcia Bandeira Nalim, Unigranrio

Possui graduação em MEDICINA VETERINÁRIA (2001) e especialização (2002-2004) em Clínica Médica de Pequenos Animais (Residência) pela Universidade Estácio de Sá. Pós-graduada em Dermatologia em cães e gatos pelo SENAC (2010). Tem experiência em Clínica Médica desde 2002 e atua também na área de Dermatologia de Pequenos Animais desde 2005.

Referências

ALMEIDA, A. J. et al. Esporotricose em felinos domésticos (Felis catus domesticus) em Campos dos Goytacazes, RJ. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, 2018, v. 38, n, 7, p. 1438-1443.

CABAÑES, F. J. Sporotrichosis in Brazil: Animals humans one health. Iberoamericana de Micologia, Rio de Janeiro, v. 37, n. 3, p. 73-74, 2020.

GONÇALVES, J. C. et al. Esporotricose, o gato e a comunidade. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 16, n. 29, p. 769-787, 2019.

GONDIM, A. L. C. L.; LEITE, A. K. A. Aspectos gerais da esporotricose em pequenos animais e sua importância como zoonose. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 10, n. 2, p. 37-44, 2020.

GREMIÃO, I. D. F. et al. Guideline for the management of feline sporotrichosis caused by Sporothrix brasiliensis and literature revision. Brazilian Journal of Microbiology, v. 52, n. 1, p. 107-124, 2021.

GUIMARÃES, T. M.; GUIMARÃES, A. B. Esporotricose felina: relatos de caso. Pubvet, v. 16, n. 1, p. 1-6, 2022.

MOTHÉ, G. B. et al. Ocular lesions in a domestic feline: a closer look at the fungal pathogen Sporothrix brasiliensis. The Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 58, n. 1, p. 1-6, 2021.

MACÊDO-SALES, P. A. et al. Diagnóstico laboratorial da esporotricose felina em amostras coletadas no estado do Rio de Janeiro, Brasil: limitações da citopatologia por imprint. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 9, n. 2, p. 13-19, 2018.

NUNES, G. D. L. et al. Esporotricose felina no município de Itaporanga, estado da Paraíba, Brasil: relato de um caso. Revista Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 92, n.5, p. 157-161, 2011.

NITTA, C. E. L. C. Y. Dermatopatias fúngicas, pseudofúngicas e algóticas In: Larsson, C. E.; Lucas, R. (2 ed.) Tratado de medicina externa: dermatologia veterinária. p. 277-291. Interbook, São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil, 2016.

OROFINO-COSTA, R. et al. Sporotrichosis: an update on epidemiology, etiopathogenesis, laboratory and clinical therapeutics. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 92, n. 5, p. 606-620, 2017.

PESSANHA, A. C. et al. Esporotricose: apresentação exuberante em um contexto de endemia. Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos, v. 17, n. 1, p. 26-28, 2022.

PIRES, C. Revisão de literatura: esporotricose felina. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia de São Paulo, v. 15, n. 1, p. 16-23, 2017.

REZNIK, A. U. Esporotricose felina (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, São Paulo, Brasil, 2023.

ROCHA, A. N. D. S. Aspectos clínicos e citológicos de esporotricose conjuntival primária em felinos domésticos (Dissertação de Doutorado) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil, 2021.

ROCHA, R. F. D. B. D. Tratamento da esporotricose felina refratária com a associação de iodeto de potássio e itraconazol oral (Dissertação de Mestrado) Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Rio de Janeiro, Brasil, 2014.

ROSA, C. S. et al. Terapeutica da Esporotricose: revisão. Science and Animal Health, v. 5, n. 3, p. 212-228, 2017.

SANTOS, A. F., et al.Guia prático para enfrentamento da esporotricose felina em Minas Gerais. Revista Veterinária & Zootecnia em Minas, v. 137, n. 38, p. 16-27, 2018.

SILVA, D. T., et al. Esporotricose conjuntival felina. Acta Scientiae Veterinarie, v. 36, n. 2, p. 181-184, 2008.

SILVA, G. M. et al. Surto de esporotricose felina na região metropolitana do Recife. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 38, n. 9, p. 1767-1771, 2018.

SILVA, J. E. et al. Análise da evolução de esporotricose empregando modelo de regressão em casos de felinos de Timbaúba/PE–Brasil. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, p. 1-14, 2021.

SILVA, J. E. et al. Estudo da esporotricose no âmbito nacional e internacional com enfoque estatístico: uma revisão sistemática da zoonose. Research, Society and Development, v. 9, n. 11, p. 1-17, 2020.

SOUZA, F. B. et al. Estudo epidemiológico da esporotricose no município de Teresópolis-RJ. Revista de Medicina Veterinária do UNIFESO, v. 1, n. 1, p. 45-53, 2021.

SOUZA, E. W. et al. Clinical features, fungal load, coinfections, histological skin changes, and itraconazole treatment response of cats with sporotrichosis caused by Sporothrix brasiliensis. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 1-10, 2018.

SPINELLI, T. P. et al. Primary conjunctival sporotrichosis in three cats from Northeastern Brazil. American College of Veterinary Ophthalmology, v. 24, n. 1, p. 209-215, 2021.

Downloads

Publicado

05-03-2024

Como Citar

Loli, V. M., & Nalim, M. B. (2024). ESPOROTRICOSE PALPEBRAL EM FELINO: RELATO DE CASO. Arquivos De Ciências Veterinárias E Zoologia Da UNIPAR, 26(2cont), 372–380. https://doi.org/10.25110/arqvet.v26i2cont-025

Edição

Seção

Artigos