VIOLÊNCIA LETAL CONTRA MULHERES: ANÁLISE DOS ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS NO ESTADO DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v30i1.2026-12335Palavras-chave:
Violência contra a mulher, Anos potenciais de vida perdidos, Direitos humanos, Política públicaResumo
Objetivo: Analisar os anos potenciais de vida perdidos por mulheres vítimas de violência letal no estado do Paraná, no período de 2006-2023. Método: Estudo de séries temporais que analisou os óbitos devido à violência contra mulheres na faixa etária de 10 a 49 anos no estado do Paraná. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Informação sobre a Mortalidade e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ambos disponíveis por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. As taxas foram calculadas pelo total de mulheres, e os anos potenciais de vida perdidos foram estimados considerando 70 anos como limite. Resultados: Foram analisados 3.790 óbitos de mulheres por violência no Paraná, com taxa geral de 248,7 por 100 mil mulheres e 153.495 anos de vida perdidos no período estudado. Evidenciou-se tendência de redução nas taxas de mortalidade e dos anos potenciais de vida perdidos (decréscimo médio de 8,82 e 300,97 ao ano, respectivamente). As maiores taxas ocorreram entre adolescentes de 15 a 19 anos (396,7) e jovens 20 a 29 anos (368,9). Entretanto, a maior redução média anual de anos potenciais de vida perdidos também foi para a faixa etária de 15 a 19 anos (-149,13), seguida pela idade de 20 a 29 anos (-115,67 ao ano). Conclusão: Apesar da tendência decrescente das taxas de mortalidade e anos potenciais de vida perdidos de mulheres vítimas de violência, os dados ainda são alarmantes. Compreender a situação da violência contra a mulher pode fornecer a base para políticas públicas de prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar, contribuindo para a proteção das mulheres e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Downloads
Referências
BARROS, S. C. et al. Análise espacial dos homicídios intencionais de mulheres. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 55, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1980-220x2020037303770.
BELLOLI, M. G.; SANTOS, V. K. A.; BORTOLI, C. F. C. Estudo retrospectivo do perfil dos casos de violência contra a mulher. Journal of Nursing and Health, v. 14, n. 2, p. e1426804, 24 jun. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.15210/jonah.v14i2.26804.
BENEDITTI, M. S. G. et al. Evolução temporal na taxa e nos potenciais de vida perdidos por homicídio no Estado de Roraima, Brasil. Contracorrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, v. 2, n. 22, p. 51-72, 12 dez. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.59666/cc-ppgich.v2i22.4120.
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 08 ago. 2006. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-penha-lei-11340-06. Acesso em: 03 mar. 2025.
BRASIL. Lei n. 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 10 mar. 2015. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm. Acesso em: 19 ago. 2025.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/534718/eca_1ed.pdf. Acesso em: 21 jul. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html. Acesso em: 28 jun. 2025.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Atlas da violência 2023. Brasília: IPEA; FBSP, 2023. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/artigo/250/atlas-da-violencia-2023. Acesso em: 26 maio 2025.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Fórum BRASILEIRO de Segurança Pública (FBSP). Atlas da Violência 2025. Brasília: Ipea; FBSP, 2025. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2025/05/atlas-violencia-2025.pdf. Acesso em: 21 jul. 2025.
CHAGAS, E. R.; OLIVEIRA, F. V. A.; MACENA, R. H. M. Mortalidade por violência contra mulheres antes e durante a pandemia de Covid-19. Ceará, 2014 a 2020. Saúde em Debate, v. 46, n. 132, p. 63-75, mar. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104202213204.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024. Disponível em: https://publicacoes.forumseguranca.org.br/handle/123456789/253. Acesso em 30 mai 2025.
GUTIERREZ-ROMERO, R. Femicide Laws, Unilateral Divorce, and Abortion Decriminalization Fail to Stop Women’s Killings in Mexico. [S. l.]: SSRN, 2024. Disponível em:https://www.ssrn.com/abstract=4887828. Acesso em: 28 ago. 2025.
HAYES, B. E.; PINCHEVSKY, G. M. Uma análise internacional do papel dos contextos normativos e culturais no apoio atitudinal à violência doméstica contra esposas. International Journal of Comparative Sociology, v. 64, n. 6, p. 602-620, 2023. https://doi.org/10.1177/00207152231171159.
IM, J. et al. Women’s Perspectives on Harm and Justice after Online Harassment. Proceedings of the ACM on Human-Computer Interaction, [s. l.], v. 6, n. CSCW2, p. 1–23, 2022. Disponível em: https://dl.acm.org/doi/10.1145/3555775.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Paraná: panorama. Rio de Janeiro: IBGE, [2025]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/panorama. Acesso em: 27 jun. 2025.
MOROSKOSKI, M.; BRITO, F. A. M.; OLIVEIRA, R. R. Tendência temporal e distribuição espacial dos casos de violência letal contra mulheres no Brasil. Revista Latino-Americano de Enfermagem, v. 30, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1518-8345.5613.3547.
MOROSKOSKI, M. et al. Aumento da violência física contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo: uma análise de tendência. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, suppl 3, p. 4993-5002, out. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.02602020.
NASCIMENTO, E. S. Violência interpessoal contra mulheres e desenvolvimento regional: análise no Paraná (2018–2022). Dissertação (Mestrado) – UFPR, 2023. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/84972. Acesso em: 28 ago. 2025.
NERY, M. G. D. et al. Factors associated with homicides of women in Brazil, by race or colour, 2016-2020. Ciência & Saúde Coletiva, v. 29, n. 3, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232024293.10202023en.
OLIVEIRA, A. R. de A. A violência letal contra mulheres na Paraíba: avaliando o Programa Mulher Protegida. 2022. 170 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Programa de Pós-graduação em Ciência Política, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2022. Disponível em: https://dspace.sti.ufcg.edu.br/handle/riufcg/28737. Acesso em: 02 mar. 2025.
OLIVEIRA, B. C. S. de et al. Tendência da mortalidade e anos potenciais de vida perdidos por suicídio de adolescentes. Revista de Saúde Pública, v. 58, 2024. Disponível em: https://rsp.fsp.usp.br/artigo/tendencia-da-mortalidade-e-anos-potenciais-de-vida-perdidos-por-suicidio-de-adolescentes/. Acesso em: 21 abr. 2025.
PARANÁ (Estado). Lei nº 501, de 17 de abril de 2024. Dispõe sobre Diário Oficial [do] Estado do Paraná: Poder Executivo, Curitiba, 2024. Disponível em: https://www.defensoriapublica.pr.def.br. Acesso em: 3 jul. 2025.
PEREIRA, E. O. G.; MALTA, B. P. Violência doméstica e seus desdobramentos: uma análise sob a ótica legislativa. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Rio Verde, Campus Caiapônia, GO, 2021. Disponível em: https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/VIOL%C3%8ANCIA%20DOM%C3%89STICA%20E%20SEUS%20DESDOBRAMENTOS_%20UMA%20%20AN%C3%81LISE%20SOB%20A%20%C3%93TICA%20LEGISLATIVA.pdf. Acesso em: 28 ago. 2025.
PEREIRA, I. S. S. D. et al. Feminicídio: um problema de saúde pública. Revista INTERFACE-UFRN/CCSA, v. 19, n. 2, p. 116-133, 2022. Disponível em: https://ojs.ccsa.ufrn.br/index.php/interface/article/view/1286. Acesso em: 04 mar. 2025.
SILVA, L. E. L.; OLIVEIRA, M. L. C. Violência contra a mulher: revisão sistemática da produção científica nacional no período de 2009 a 2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 11, p. 3523–3532, nov. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/tWkf7gCRjdr8wxNFCqqjszL. Acesso em: 13 abr. 2025.
SOUZA, M. G. de; ARITA, D. A.; SIGNORELLI, M. C. Violência de gênero: perfil epidemiológico no Paraná (2021–2022). Divers@!, v. 16, n. 2, 2023. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/diver/article/view/92815. Acesso em: 28 ago. 2025.
VASCONCELOS, N. M. et al. Subnotificação de violência contra as mulheres: análise de duas fontes de dados. Ciência & Saúde Coletiva, v. 29, n. 10, 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/mFrQ75wXPKNTVGt97yGFCRG/. Acesso em: 28 ago. 2025.
WANZINACK, C.; MÉLO, T. R. Homicídio de meninas e mulheres no Brasil de 2015 a 2019: território, gênero e raça em pauta. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, v. 12, n. 1, p. 186-206, 15 out. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5212/rlagg.v.12.i1.0007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.






