AGLOMERAÇÃO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: FATORES QUE RESULTAM NESTE CENÁRIO NO PRONTO-SOCORRO REFERÊNCIA EM RONDÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v30i1.2026-12203Palavras-chave:
Aglomeração, Serviço Hospitalar de Emergência, Atenção à saúdeResumo
A aglomeração dos serviços de emergência, configura um problema mundial, com repercussões na assistência, produção do sistema e desenvolvimento da equipe. Este estudo buscou identificar os fatores que resultam na aglomeração do serviço de urgência e emergência no pronto-socorro referência em Rondônia. Trata-se de um estudo observacional, transversal de abordagem quantitativa. A população do estudo foi analisada de forma retrospectiva, através da exploração de prontuários dos pacientes que deram entrada no Hospital Estadual e Pronto-Socorro João Paulo II, no período de julho a setembro de 2022. Foram incluídos na pesquisa 1.983 prontuários. Uma taxa de 23,3% dos pacientes foi classificada com a cor amarelo e 41,77% com a cor verde, sendo que 35,9% deram entrada por demanda espontânea, seguido por 29,9% de encaminhamentos dos demais componentes da Rede de Atenção à Saúde. A maioria dos pacientes ficaram internados por um período de 1 a 5 dias (61,4%), seguido de 6 a 10 dias (24,0%), sendo que 41,8% destes necessitaram aguardar por algum procedimento ou transferência por um período de 1 a 10 dias, 6,3% aguardaram 11 a 29 dias e apenas 1,3% aguardaram por um tempo inferior a 24 horas. Portanto, foi possível constatar uma variedade de fatores que contribuem para a superlotação, como a dificuldade no acesso e resolutividade dos demais pontos da Rede de Atenção e o déficit na comunicação e ausência de fluxo bem estabelecido entre a central de regulação e os hospitais de retaguarda, ocasionando um tempo de espera fora do comum no hospital da pesquisa.
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