PREVALÊNCIA DE LESÕES NO COLO UTERINO POR HPV EM JOVENS: UM ESTUDO TRANSVERSAL NO ESTADO DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v29i2.2025-12091Palavras-chave:
Papilomavirus Humano, Câncer de Colo Uterino, RastreamentoResumo
O Papilomavírus Humano é um vírus DNA de fita dupla não envelopado, da família Papillomaviridae, e representa fundamental agente etiológico no desenvolvimento do câncer do colo do útero. A transmissão ocorre principalmente por meio do contato sexual, com infecção das camadas basais do epitélio escamoso via microabrasões. Trata-se de uma infecção comum, acometendo cerca de 80% da população sexualmente ativa exposta ao vírus em algum momento da vida. Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo analisar a prevalência e incidência de lesões precursoras significativas de câncer invasor de colo uterino em mulheres jovens fora da faixa etária recomendada para rastreamento, no estado do Paraná. Para isso, foi conduzido um estudo de natureza epidemiológica observacional, de delineamento transversal, utilizando dados do Sistema de Informação do Câncer (2019-2024). Ao todo, foram avaliados 1.817.058 exames citológicos, abrangendo mulheres de diferentes faixas etárias. Os resultados evidenciaram uma progressão na incidência de lesões de alto grau a partir dos 15 anos, com pico entre 30 e 34 anos. Embora a maioria das infecções em jovens seja transitória, 5,92% dos casos abaixo de 25 anos já apresentavam lesões precursoras avançadas. Os achados reforçam a atual recomendação de rastreamento a partir dos 25 anos, mas indicam a necessidade de estratégias personalizadas para subgrupos de maior risco. Assim, a ampliação seletiva do rastreamento pode otimizar a prevenção do câncer cervical e reduzir a morbimortalidade associada. Sendo assim, conclui-se que diante das limitações do rastreamento do câncer de colo uterino baseado apenas na idade, evidencia-se a necessidade de estratégias personalizadas, especialmente para mulheres com fatores de risco. Além disso, o fato de 5,92% das lesões graves ocorrerem antes dos 25 anos reforça a importância de reavaliar os critérios atuais para diagnóstico precoce e prevenção deste tipo de câncer.
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