REINTERNAÇÃO E MORTALIDADE POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v29i2.2025-11798

Palavras-chave:

Acidente Vascular Encefálico, Taxa de mortalidade, Hospitalização, Readmissão Hospitalar

Resumo

Introdução: O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional têm suscitado discussões acerca do acidente vascular encefálico em virtude da sua elevada morbimortalidade e incapacidades em todo mundo. Tal agravo pode ser classificado em isquêmico e hemorrágico, com maior prevalência do subtipo isquêmico, o qual gera interrupção da perfusão e consequente dano cerebral por meio de uma obstrução causada por trombo ou ainda por um extravasamento sanguíneo de algum vaso cerebral. Têm-se como principais fatores de risco os modificáveis como a hipertensão arterial, o diabetes e a dislipidemia. O objetivo desta investigação foi analisar o perfil das reinternações e mortalidade entre pacientes com acidente vascular encefálico. Método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva sobre acidente vascular encefálico realizado num hospital terciário do Sul do Brasil, no período de novembro de 2013 a outubro de 2023. Compõe uma pesquisa maior, previamente aprovada por Comitê de Ética e Pesquisa, identificação 8448023.1.0000.5231. Resultados: Do total de 5136 internações, 4044 pacientes apresentaram uma única internação, enquanto 472 pacientes foram reinternados. Comparando os resultados daqueles que tiveram uma única internação aos reinternados, encontrou-se uma diferença significativa na taxa de mortalidade (10,3% e 0,8%). E ao comparar ambas as variáveis, a faixa etária mais predominante foi igual, portanto, 60 a 79 anos; além disso, os resultados relacionados ao sexo, idade média, cor, indicação de Unidade de Terapia Intensiva e permanência hospitalar mostraram dados congruentes. Verificou-se efeito significativo entre óbito e progressão da idade (p<0,0001), internação em Unidade de Terapia Intensiva (p<0,0001) e aumento do tempo de hospitalização (p<0,0001). Conclusão: Identificou-se, então, um aumento progressivo dos casos nos últimos 10 anos, além do perfil de pacientes ser semelhante para os que internaram uma única vez e para os que reinternaram, caracterizados por idosos do sexo masculino, brancos, que possuíram indicação de Unidade de Terapia Intensiva e permanecerem por tempo prolongado hospitalizados. O presente estudo é relevante por identificar que os casos estão cada vez mais graves, dessa forma, torna-se imprescindível a prevenção e promoção da saúde, especialmente no controle dos fatores de risco.

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Biografia do Autor

Bianca Malicia Fioruci, Universidade Estadual de Londrina

Graduanda em Enfermagem. Universidade Estadual de Londrina – UEL.

Denise Andrade Pereira, Universidade Estadual de Londrina

Doutora em Saúde Coletiva. Universidade Estadual de Londrina – UEL.

Renne Rodrigues, Universidade Federal da Fronteira do Sul

Doutor em Saúde Coletiva. Universidade Federal da Fronteira do Sul – UFFS – Campus Chapecó.

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Publicado

13-08-2025

Como Citar

FIORUCI, Bianca Malicia; PEREIRA, Denise Andrade; RODRIGUES, Renne. REINTERNAÇÃO E MORTALIDADE POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 29, n. 2, p. 999–1016, 2025. DOI: 10.25110/arqsaude.v29i2.2025-11798. Disponível em: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/11798. Acesso em: 5 dez. 2025.

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