ACESSO À SAÚDE BUCAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DO PMAQ-AB

Autores

  • Muriel Stein Pezzini
  • Maria Lucia Frizon Rizzotto

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i7.2023-026

Palavras-chave:

Saúde Bucal, Acesso aos Serviços de Saúde, Atenção Primária à Saúde

Resumo

A saúde bucal brasileira por muito tempo se restringiu a procedimentos de baixa complexidade, realizados em sua maioria no sistema privado, enaltecendo as diferenças socioeconômicas. A presente pesquisa buscou analisar a evolução da assistência odontológica nas regiões do Brasil, a partir dos dados dos três ciclos do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Um estudo quantitativo, com amostra composta por 17.202 equipes do primeiro ciclo, 29.778 do segundo e 37.350 do terceiro, e por 46.362 usuários do primeiro e 62.161 do terceiro. Os dados do Ministério da Saúde, foram agrupados por regiões e aplicaram-se os testes de Cochran Mantel Haenszel, Qui-quadrado para K proporções e Marascuilo, com nível de significância de 5%. Observou-se aumento da cobertura em nível nacional, mas redução na relação entre equipes de Saúde Bucal e de Atenção Básica de 72% para 61%; crescimento no agendamento de primeira consulta, 56% para 92%; aumento no tempo de espera pela consulta, exceto no Nordeste; e aumento de agendamento de retornos, 61% para 67%. Os dados mostraram uma cobertura de saúde bucal insuficiente, sendo maior na presença da Estratégia Saúde da Família, a influência do modelo assistencial bem como a interferência dos determinantes sociais de saúde.

Referências

BARROS, D. M.; SÁ, M. DE C. O processo de trabalho em saúde e a produção do cuidado em uma unidade de saúde da família: limites ao acolhimento e reflexos no serviço de emergência. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 5, p. 2473–2482, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde, Painéis de indicadores. Atenção primária à saúde. 2021. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/. Acesso em: 21 fev. 2021.

BRASIL. Ministério da saúde, Política Nacional de Atenção Básica, Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Brasília, 2012. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. Acesso em: 19 de jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde, Política Nacional de Atenção Básica, Portaria nº 2436 de 21 de setembro de 2017. Brasília, 2017. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. Acesso em: 19 de jun. 2020.

BRASIL. Secretaria de atenção à saúde, Departamento de atenção básica. Programa nacional de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica (PMAQ-AB): manual instrutivo. Brasília, 2015. Disponível em:<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_pmaq_atencao_basica.pdf>. Acesso em: 19 de jun. 2020.

CELESTE, R. K. et al. Séries de procedimentos odontológicos realizadas nos serviços públicos brasileiros, 1994-2007 Time series analysis of dental care procedures in Brazilian public services, 1994-2007. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 11, p. 4523–4532, 2011.

CELESTE, R. K.; OLIVEIRA, S. C.; JUNGES, R. Threshold-effect of income on periodontitis and interactions with race/ethnicity and education. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 22, p. 1–14, 2019.

CHAVES, S. C. L. et al. Política de saúde bucal no Brasil 2003-2014: Cenário, propostas, ações e resultados. Ciencia e Saude Coletiva, v. 22, n. 6, p. 1791–1803, 2017.

COSTA, R. C. et al. Configuração da cobertura de saúde bucal brasileira e o acesso da população ao serviço público odontológico. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 6, n. 2, p. 212, 2018a.

COSTA, S. M.; et al. Socioeconomic Factors and Caries in People between 19 and 60 Years of Age: An Update of a Systematic Review and Meta-Analysis of Observational Studies. International journal of environmental research and public health, v. 15, n. 8, ago. 2018b.

FERTONANI, H. P. et al. The health care model: Concepts and challenges for primary health care in Brazil. Ciencia e Saude Coletiva, v. 20, n. 6, p. 1869–1878, 2015.

FIGUEIRÊDO JÚNIOR, E. C.; UCHÔA, N. C.; PEREIRA, J. V. Análise e caracterização do panorama da distribuição de Cirurgiões-Dentistas no Brasil. Archives of Health Investigation, v. 8, n. 2, p. 63–67, 2019.

FONSECA, E. P. DA. Comparação entre o uso de serviço odontológico público e privado por adultos do estado de São Paulo, Brasil. Conexão Ciência (Online), v. 12, n. 2, p. 54–63, 2017.

FUSCO, L.A. et al. Práticas adotadas pelas Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família: uma revisão da literatura. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v.27, n.1, p.666-683, 2023.

GABRIEL, M. et al. Admission of dentist in Brazilian universal health system (SUS): A priority agenda for the strengthening of smiling Brazil. Ciencia e Saude Coletiva, v. 25, n. 3, p. 859–868, 2020.

GARNELO, L. et al. Acesso e cobertura da Atenção Primária à Saúde para populações rurais e urbanas na região norte do Brasil. Saúde em Debate, v. 42, n. spe1, p. 81–99, 2018.

GARNELO, L.; SOUSA, A. B. L.; DA SILVA, C. D. O. Health regionalization in Amazonas: Progress and challenges. Ciencia e Saude Coletiva, v. 22, n. 4, p. 1225–1234, 2017.

MARTINS, P. H. S. et al. Desigualdades na distribuição das equipes de saúde bucal no Brasil. Stomatos, v. 23, n. 45, p. 4–13, 2017.

MELO, L. M. L. L. DE et al. A construção de uma agenda de gestão compartilhada para a reoorganização da demanda em saúde bucal TT - The construction of a shared management schedule to reorganise the oral health demand. Rev. Ciênc. Plur, v. 2, n. 1, p. 42–55, 2016.

MORETTI, A. C. et al. Intersetorialidade nas ações de promoção de saúde realizadas pelas equipes de saúde bucal de Curitiba (PR). Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. suppl 1, p. 1827–1834, 2010.

PINHEIRO, P. M.; DE OLIVEIRA, L. C. A contribuição do acolhimento e do vínculo na humanização da prática do cirurgião-dentista no programa saúde da família. Interface: Communication, Health, Education, v. 15, n. 36, p. 187–198, 2011.

PINHO, J. R. O. et al. Evolução da cobertura das equipes de saúde bucal nas macrorregiões brasileiras. Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas, v. 69, n. 1, p. 80–95, 2015.

PIRES, F. S.; BOTAZZO, C. Organização tecnológica do trabalho em saúde bucal no SUS: Uma arqueologia da política nacional de saúde bucal. Saude e Sociedade, v. 24, n. 1, p. 273–284, 2015.

ROSA, W. DE A. G.; LABATE, R. C. Programa saúde da família: a construção de um novo modelo de assistência. Revista latino-americana de enfermagem., v. 13, n. 6, p. 1027–1034, 2005.

SANCHEZ, R. M.; CICONELLI, R. M. Conceitos de acesso à saúde. Rev. Panam Salud Publica, v. 31, n. 3, p. 260–268, 2012.

SCHWENDICKE, F. et al. Socioeconomic inequality and caries: a systematic review and meta-analysis. Journal of dental research, v. 94, n. 1, p. 10–18, jan. 2015.

SILVA, C. S. DE O. et al. Integralidade e atenção primária à saúde: Avaliação sob a ótica dos usuários. Ciencia e Saude Coletiva, v. 19, n. 11, p. 4407–4415, 2014.

THUROW, L. L.; CASTILHOS, E. D. DE; COSTA, J. S. D. DA. Comparação das práticas odontológicas segundo modelos de atendimento: tradicional e da Saúde da Família, Pelotas-RS, 2012-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, n. 3, p. 545–550, 2015.

VIDAL, T. B. et al. Modelos de agendamento e qualidade da atenção primária: estudo transversal multinível. Revista de Saúde Pública, v. 53, n. 1, p. 38–53, 2019

Downloads

Publicado

20-07-2023

Como Citar

Pezzini, M. S., & Rizzotto, M. L. F. (2023). ACESSO À SAÚDE BUCAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DO PMAQ-AB. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR, 27(7), 3643–3659. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i7.2023-026

Edição

Seção

Artigos